ONU alerta que mais de mil jovens morrem por dia no trânsito
- Quarta, Maio 16 2007
- Published Veículos
- Redação Jornal Novo Tempo
Os acidentes de trânsito são uma das principais causas de morte entre os jovens com menos de 25 anos em todo o mundo, com mais de mil mortos por dia, o que fez com que a ONU decidisse dedicar sua primeira Semana Mundial de Segurança Viária a este grupo.
“A cada ano, cerca de 400 mil jovens com menos de 25 anos morrem em acidentes de trânsito nas estradas de todo o mundo, mas, enquanto nos países mais desenvolvidos os afetados costumam ser os motoristas, nos mais pobres são os pedestres”, disse o diretor de Prevenção de Ferimentos e Violência da Organização Mundial de Saúde (OMS), Etienne Krug.
Por causa da grande incidência dos acidentes em estradas entre os jovens, a ONU escolheu o lema “Juventude e Segurança Viária” para as discussões que ocorrerão entre 23 e 29 de abril no primeiro registro de uma semana mundial dedicada ao assunto.
Os acidentes de trânsito são a principal causa de morte entre os jovens de 15 a 19 anos, a segunda nos segmetos de 10-14 e de 20-24 e estão entre as dez primeiras causas entre os menores de 25, na frente de afogamentos e tuberculose, segundo um relatório da OMS. Além disso, enquanto a juventude representa cerca de 10% da população mundial, os jovens correspondem a 27% das vítimas fatais em acidentes de trânsito.
O diretor da Divisão de Transporte da Comissão da ONU para a Europa (Unece), José Capel-Ferrer, disse que, em 2004, 135 pessoas por cada milhão de veículos morreram nas estradas da então Europa dos Quinze, embora em países como Suécia e Reino Unido estas estimativas sejam de 90 e 101, respectivamente, enquanto na Grécia o número sobe para 220.
Na opinião do representante da ONU, “o segredo são a tradição e a perseverança, porque os países que têm boas estatísticas, como os escandinavos, são os que já estão há muitos anos fazendo esforços”.
Na Letônia, a proporção de mortos nas estradas por cada milhão de veículos em 2004 foi de 608, enquanto na Rússia foi de 1.208, na Albânia, de 1.148, e no Quirguistão, de 4.060, segundo Capel.
De acordo com o relatório da OMS, enquanto nos países mais desenvolvidos o problema afeta principalmente os jovens motoristas, nos mais pobres outros usuários são afetados, como pedestres, ciclistas, motoristas e usuários do transporte público. “As crianças não são como os adultos: seu peso, sua maturidade, seus interesses, sua necessidade de brincar em lugares abertos e de ir ao colégio. (...) Precisam de um tratamento especial na hora de falar de segurança viária”, defendeu Krug.
Quanto aos adolescentes, o representante da ONU chamou a atenção para a necessidade de reduzir as taxas de álcool permitidas no sangue e aumentar as exigências na concessão de carteiras de habilitação.
“Os acidentes de trânsito são um grande peso nos sistemas médicos e na economia dos países, embora o problema se torna ainda maior em regiões onde os jovens formam a maior parte da população”, afirmou o especialista.
Segundo cálculos de Banco Mundial (BM) utilizados pela OMS, os acidentes de trânsito em estradas poderiam significar um custo anual no mundo todo de US$ 518 bilhões em material e cuidados médicos, entre outros gastos.
Para alguns países emergentes, esse custo pode superar 1,5% da riqueza nacional e, inclusive, toda a ajuda internacional ao desenvolvimento recebida durante um ano.
Questionado sobre a conveniência de estabelecer um limite de velocidade comum para todo o mundo, Capel disse que “o fundamental não é que a velocidade seja alta ou baixa, mas adequada, porque em alguns casos é mais perigoso dirigir a 50km/h em uma via de 30km/h que ir a 140km/h em uma estrada”, afirmou o especialista.
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